segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O MUNDIAL DE MENTIRINHA



Nosso primeiro capítulo não poderia falar de outra ‘conquista’ mulamba: o famigerado - e inexistente - ‘mundial de clubes’ de 1981.

Não temos o objetivo aqui de mentir, inventar factoides ou desmerecer conquistas legítimas do lixo, como passaremos a nos referir ao Flamengo a partir de agora. Naquele ano eles realmente tinham um timaço de fazer inveja até ao mais injuriado rival: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Adílio, Andrade e Zico; Tita, Nunes e Lico. Tudo bem que o Raul estava velho, o Marinho era limitado e o Nunes mais grosso que viga de ponte, mas uma linha com Leandro, Júnior, Adílio e Zico tem lá o seu valor, apesar de nenhum deles ter feito absolutamente nada de bom com a camisa da seleção, muito pelo contrário.

O jogo transcorreu normalmente, o apito não ajudou, foi uma vitória mais do que justa da mulambada, 3x0 em cima do Liverpool, todo poderoso campeão europeu. Mas como assim? Não temos aqui como cerne do blog desmascarar o lixo perante o resto do Brasil? Calma, amigos... Fiquem tranquilos, não perdemos o foco. O ‘x’ da questão aqui é bem maior: seria aquilo, realmente, um mundial de clubes?

A pergunta é fácil e a resposta simples: NÃO. Falar é fácil, quero ver provar, diria o flamenguista iludido, que passou a vida inteira ouvindo a flapress martelando em seu ouvido que o time dele era campeão mundial. Não os culpemos, a lavagem cerebral foi muito bem feita.

Vamos às explicações e justificativas - e a primeira é até embaraçosa de tão contundente:

1.       A GEOGRAFIA

Continente é uma grande massa de terra cercada por água. Atualmente, a Terra é o único planeta registrado com oceanos e terra, então, só esta tem continentes. Existem dois tipos de continentes:
  • físicos: é qualquer massa de terra mais extensa que a Groenlândia.
  • políticos: é um conjunto de países em uma certa região do mundo que podem conter arquipélagos ou ilhas fora de seu território.
  •  
A seguir a lista dos continentes em sua definição mais abrangente:
No entanto, é de conhecimento popular que o mundo se divide, de uma maneira geral e objetiva, entre sete continentes: América do Norte, América Central, América do Sul, Europa, África, Ásia e Oceania. 

Agora me respondam, como uma partida disputada por representantes de apenas DOIS destes continentes poderia apontar um campeão mundial? Portanto, diante de dados irrefutáveis e de natureza puramente sócio científica, o máximo que poderia ser reiterado pela massa de iludidos infratores seria um título INTERCONTINENTAL. Sei que esperar que mulambos, em sua grande maioria analfabetos desdentados, entendam de geografia é pedir demais, mas conto com a cooperação de vocês, nada que um mapa-múndi não resolva.

2.       A OUTRA PARTE

Os europeus nunca deram a mínima para aquele ‘campeonato mundial’, isso é indiscutível. A partida sempre foi encarada como um amistoso inconveniente, haja vista se realizava bem no meio da temporada europeia, atrapalhando o andamento dos torneios continentais e nacionais do Velho Continente, todos para eles muito mais importantes que a tal Copa Toyota. Em várias ocasiões o campeão da Champions League se recusou a fazer essa longa viagem - no início para a América do Sul, quando a disputa era realizada em jogos de ida e volta, e posteriormente no Japão, em jogo único, a partir de 1980 até o ano de 2004. Nesses anos a Europa foi representada por seu vice-campeão, chegando até a enviar um semifinalista, o Malmo, da Suécia, em 1979. Em 1975 e 1978 o confronto nem se realizou, pois nenhum time europeu demonstrou interesse em disputá-lo. 

Diante desse cenário, o Liverpool não demonstrou uma postura diferente. Viajar para o Japão naquele momento não era uma boa ideia, o time andava mal das pernas na Liga Inglesa e a torcida não andava nada satisfeita. Os jogadores, por sua vez, segundo eles próprios, encararam o jogo com o lixo como uma oportunidade de fugir um pouco da realidade e aliviar a pressão que todos vinham sofrendo. Miniférias, diriam eles. Na noite anterior ao jogo os ingleses se esbaldaram na noite japonesa, se empapando de iguarias locais, notoriamente cerveja, saquê e gueixas. O Liverpool acabou massacrado naquela partida, que para eles nada mais era do que um amistoso sem importância. 

Não custa lembrar que, mesmo desinteressados, os europeus levaram a melhor na maioria dos confrontos contra os rivais sul-americanos, que por sua vez encaravam aqueles embates como o jogo de suas vidas; e, mesmo vencendo, nenhum dos europeus que se saíram vitoriosos considera-se campeão mundial por aquelas vitórias, basta conferir os sites oficiais de Milan, Real Madrid, Bayern e outros que, quando mencionam o troféu, o que é raro, o tratam como Intercontinental Cup, jamais como campeonato mundial. Esse título só existe na cabeça dos sul-americanos.

3.       O SUBORNO DO GOLEIRO

Grobbelaar nasceu em Durban, a 6 de outubro de 1957. É um ex-goleiro sul-africano que jogava pelo Zimbábue, famoso por sua passagem na época de ouro do Liverpool. Grobbelaar iniciou a carreira no Highlanders, da cidade de Bulawayo, a segunda maior da então Rodésia. Em 1979 foi jogar no Vancouver Whitecaps, do Canadá. Conseguiu um empréstimo para o futebol inglês no Crewe Alexandra, após tentativa frustrada com o West Bromwich Albion. No último jogo da temporada, marcou um gol de pênalti. Foi observado naquela partida por um olheiro do Liverpool, que o contratou.
Um goleiro atlético, que já defendeu chutes virtualmente impossíveis e é lembrado como um dos melhores goleiros de todos os tempos na história do Liverpool. Grobbelaar cometeu alguns erros, mas cresceu muito no Liverpool. Ele viu horrores quando lutou nas selvas da África e afirmou que o futebol era apenas um jogo, que não devia ser levado tão a sério. Quando errava, seus companheiros afirmam que ele ficava furioso consigo mesmo, tentando alcançar a perfeição.
Mas o que levou Bruce Grobbelaar a se envolver em escândalos de venda de resultados  de jogos do Liverpool? Bruce Grobbelaar teve, de fato, problemas com a justiça por questões relacionadas com corrupção. Teria aceito subornos. Em novembro de 1994, Bruce Grobbelaar foi acusado pelo tablóide britânico "The Sun" de arranjar partidas durante o período em que defendeu o Liverpool para beneficiar apostadores depois que foi divulgado um vídeo dele falando sobre partidas armadas.
Ele foi acusado de corrupção junto com o goleiro do Wimbledom Hans Segers, o atacante do Aston Villa John Fashanu e o empresário malaio Heng Suan Lim. Ele foi inocentado e processou o jornal, mas o The Sun recorreu e ganhou o direito de receber 500 mil libras. Sem ter como pagar, o ex-goleiro se declarou falido. Mas em 2002, na sequência da batalha judicial que demorou mais de oito anos, Bruce foi condenado pela House of Lords (a câmara alta do parlamento do Reino Unido) a pagar mais de um milhão de libras de custos judiciais. Depois de algumas peripécias de acordos e recursos, ficou provado que ele efetivamente aceitou dinheiro, ainda que não se tenha conseguido provar quais os gols que deixou entrar., explica o jornal The Guardian em: http://www.guardian.co.uk/media/2002/nov/26/pressandpublishing.law

Já em 2003, em entrevista ao jornal inglês Daily Telegraph, Bruce revelou que foi procurado por dirigentes do Flamengo às vésperas da decisão do Campeonato Mundial Interclubes para “facilitar” a vitória do time rubro-negro na decisão de Tóquio. - Nem sei como ninguém reparou nisso antes. Os três gols que eu tomei naquele jogo eram totalmente incompatíveis com um goleiro da minha categoria. - disse o arrogante Grobbelaar. Diretores do Liverpool ficaram indignados com as revelações de Bruce, mas o que os deixou mais revoltados foi a possibilidade de Grobbelaar entregar a partida contra o Real Madrid na decisão da Copa dos Campeões daquele ano. - Ainda bem que ele não jogou a decisão em Paris. (O Liverpool venceu por 1 a 0.) Aquele sim era o jogo de nossas vidas. Ele seria bem capaz de destruir nossos sonhos por causa de sua mesquinharia. - afirmou Doddy Swanson, diretor de finanças do Liverpool.

4.       RECONHECIMENTO OFICIAL

A FIFA, orgão máximo e entidade controladora do futebol no mundo, jamais, em hipótese alguma, considerou o confronto entre Europa e América do Sul um campeonato mundial, chegando a desencorajar sua realização e, inclusive, proibi-lo. O primeiro Campeonato Mundial reconhecido oficialmente pela FIFA foi realizado no Brasil, em 2000, e vencido pelo Corinthians, em final contra o Vasco da Gama. Após um recesso de quatro anos o torneio foi retomado em 2005, tendo se tornado desde então parte oficial do calendário da FIFA, e gerando LEGÍTIMOS campeões mundiais, em um campeonato democrático, que recebe representantes de todos os continentes do mundo, como, de acordo com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e todas as federações mundiais do esporte, incluindo a FIFA, se exige. 

Como explicar isso pra um mulambo? Simples, pergunte a ele o que acontece quando ele registra um filho. Pra um filho ser reconhecido oficialmente ele tem que ser registrado no cartório, senão fica aquela polêmica, aquele disse me disse, ninguém sabe se é dele, do leiteiro ou do padeiro. A Copa Toyota é isso, um filho sem pai, não reconhecido pela FIFA e pelos clubes europeus. Para os flamenguistas é um título mundial, para o resto do mundo esclarecido apenas um amistoso de final de ano, uma pelada recreativa, tão importante quanto o Ramón de Carranza ou o Teresa Herrera.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Por mais que nosso texto seja esclarecedor e irrefutável, não espere que a mulambada o aceite – ou mesmo o entenda. Uma mentira contada mil vezes vira verdade, e na cabeça deles, por incrível que pareça, o lixo foi campeão mundial de clubes em 1981. Imagine descobrir, depois de velho, que você é adotado, que seu irmão é gay ou que sua namorada, que jurava que era virgem até te conhecer, já havia dado pra Tijuca inteira antes dos 15 anos. Não é fácil, leva tempo pra assimilar. Dê tempo ao tempo, envie esse texto novamente a cada dois ou três meses para seus amigos mulambos, pelo menos pros que sabem ler. Quem sabe um dia, num futuro próximo, caia a ficha e eles percebam que aquele conto da carochinha, do título mundial de Tóquio, nada mais é do que mais uma das várias farsas armadas pra favorecer o lixo, o time mais asqueroso do mundo – esse título mundial é deles, e ninguém pode tirar!


No próximo post, a Libertadores de 1981 e o assalto contra o Galo, aguardem...

5 comentários:

  1. Flamengo é Flamengo! Qual é o seu time e te direi quem és!
    Para que tanto trabalho com o Flamengo! Deve ser sinal que o seu time não deva ter muitas histórias de final feliz!

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  2. Flamengo é Flamengo! Qual é o seu time e te direi quem és!
    Para que tanto trabalho com o Flamengo! Deve ser sinal que o seu time não deva ter muitas histórias de final feliz!

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  3. Kkkk. Estou em 2017 invejoso, no rio apenas eu sou mundial fifa. Este post se tornou nada mais que confete para circo kkk.

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  4. Kkkk. Estou em 2017 invejoso, no rio apenas eu sou mundial fifa. Este post se tornou nada mais que confete para circo kkk.

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